domingo, 22 de janeiro de 2012

Um banho de juventude

Dom Sinésio Bohn
Bispo Emérito de Santa Cruz do Sul

Em 1983, com a assessoria do Pe. Hilário Dick e Pe. Jorge Boran, realizamos na periferia de Brasília o 1º Encontro Nacional de Pastoral de Juventude. Agora, fui convidado a participar do 10º Encontro. São 700 participantes, na grande maioria jovens, com a presença de seus assessores. A Arquidiocese de Maringá, chamada também de “Cidade Canção”, nos acolhe no Centro de Formação, com linda capela redonda, um auditório moderno, junto ao Seminário Maior.

O arcebispo de Maringá é Dom Anaur Battisti, nascido no município de Progresso - RS, comunidade de Alto Honorato. O primeiro Arcebispo, Dom Jaime Coelho, acompanha a vida da Igreja. A primeira surpresa é a imensa Catedral, com sua torre apontando o infinito. Aliás, a própria cidade de Maringá tem um mar de “arranha-céus”, com estilo de cidade grande. As ruas de Maringá são túneis verdes, uma beleza de arborização!

O 10º Encontro é de entusiasmo e de encantamento. Mas sempre de novo ouço um grito de dor e de inconformidade: a violência contra os jovens, o extermínio de jovens! São 40.000 por ano?! Ou são 50.000?

Herodes matou os meninos de Belém, com medo do Menino da manjedoura. Qual é o Herodes que mata hoje nossa juventude? Haverá em Maringá a marcha contra o extermínio de jovens. Pretendemos participar.

Não é só poesia apoiar nossas juventudes. O Padre Gisley, assessor nacional iniciou a luta contra o extermínio de jovens. Foi morto à bala na periferia de Brasília. Tenho fé que nossa República encontre políticas públicas em favor da vida dos jovens.


O tema do 10º Encontro é: “Somos Igreja jovem”. E o lema: “Na ciranda da vida, a nossa missão é amar sem medida”. O lema é inspirado em João Evangelista (Jo 13,1): “Jesus, tendo amado os seus, amou-os até o fim”. Sempre que se fala na missão, soa primeiro o lema: “Amar sem medida”.

Estou fascinado com a organização, o protagonismo, o ideal evangelizador e o clima de amizade entre os delegados jovens do imenso Brasil. Criei a convicção de que é verdade o que se afirmou em Aparecida: “Os jovens são as sentinelas do amanhã”. Porém, já hoje anunciam um novo amanhecer. Para a Igreja, para a Pátria.

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